Nossa investida com este cyber bit lança na objetiva algo da literatura produzida no campo de poemas, contos, poesia-gráfica e manifestos literários. Como referências estopim para a criação deste blog, nos vinculamos, mesmo que ainda em movimento súbito e repentino, não continuado, a autores como Jack Kerouac (Os subterrâneos) e Bukowski (Hollywood), sobretudo no que se refere à forma, pontuação, ou antes mesmo, ao fluxo do pensamento agarrado à escrita, tanto na concisão, cortes e entretempos, memórias e descrições, desvarios e delírios, como também no que se refere às temáticas fixadas. Lançando na experimentação dos sentidos a nossa arena literária da criação.
A influência da música no processo de criação, explorado pela literatura beat através do jazz e suas jams, em nossos contos e poemas encontrarão outros contornos, através de outras batidas, outros beats, como o Manguebit, o dub, ska, hip hop, funk, soul, reggae, mambo, África e América Central, expressões urbanas e outras firulas mais.
Esta experimentação dos sentidos no campo da produção literária, vale ressaltar, de acordo com ensaios encontrados no livro “A invenção da pornografia – obscenidades e as origens da modernidade 1500-1800”, organizado por Lynn Hunt, toma outros contornos sobretudo no contexto da modernidade e da metafísica materialista que colaborou para o desenvolvimento das ciências naturais. A extensão dos corpos da natureza que a ciência moderna pretende quantificar, indicar propriedades e estruturas, na produção literária é levada ao extremo no campo dos sentidos e dos afetos. Capturar um êxtase dos sentidos é a insanidade que provoca a perseguição da criação de poemas e contos.
Em especial, gostaríamos de agradecer ao incentivo da psicanalista e filósofa Cláudia Murta (Depfil-Ufes), a quem emprego amigável apreço, sobretudo em virtude de um e outro diálogo e acompanhamento de alguns de meus escritos literários. Gostaríamos de agradecer também ao caro amigo Sandro Juliati (Mukeka di Rato), pelo incentivo à escrita literária e pela criação da expressão-conceito "Gelo no bucho", na qual peguei carona e crei o poema com o título sujestivo, digo, digestivo. Agradecemos também a toda galera da banda Zaiba, laboratório convulsivo de criações, que certa feita quando apresentados ao poema-delírio "Simplesmente total parte 2", de súbito transformaram em prosa musicada.
No que se refere ao nosso "projeto literário", se por um lado, na tradição metafísica, de Platão (Fédon) a Descartes (Meditações Metafísicas) por exemplo, desde certa perspectiva, os sentidos foram tomados desde um ponto de desconfiança, dado o primado da razão, em nossa arena literária o que aparece trata-se justo de uma aposta na experiência sensível como geradora da manifestação do ser das coisas, pessoas, impressões, fantasias, desejos, cheiros e iras.
D bo-á, apresentamos além da experimentação de linguagens através da escrita literária, alguns outros experimentos no campo da fotografia, na tentativa de provocar mais ainda a imaginação por intermédio da aliança estilística imagem-palavra/ objetiva-Mateus Enter.
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